Com a crescente preocupação com o meio ambiente e consumo sustentável, os consumidores passaram a olhar com muita preocupação para o acúmulo de lixo.
De modo geral, tudo se torna lixo. Quando se trata do mercado de Alimentos e Bebidas, não somente os itens comestíveis, mas também tudo o que envolve esses produtos.
Boa parte desse lixo é formado pelas embalagens. Mesmo que muitas delas sejam recicláveis, é importante ter em mente que nem tudo é reaproveitado. Além disso, a quantidade de itens produzidos torna desafiador termos uma sociedade lixo zero.
Por isso, os desafios em relação à produção, coleta e destinação da reciclagem é um grande desafio para toda sociedade e principalmente para as indústrias.
Sobre esse assunto, o Food Connection conversou com Mario Narita, dono da Narita Strategy & Design, uma agência de estratégia, design e inteligência de mercado sobre o tema.
A agência atua com grandes marcas do mercado, como Nestlé, Bauducco, Mondelez, dentre outras. Narita conversou sobre ecodesign e embalagens positivas, os desafios e o potencial de aplicar esse conceito na prática e mencionou tecnologias que podem melhorar o ciclo de utilização das embalagens e reduzir a quantidade de matéria prima utilizada ao longo do processo.
Confira nessa reportagem as considerações dessa entrevista!
Sumário
ToggleO ecodesign na indústria de alimentos
O conceito de ecodesign está ganhando força na indústria de alimentos. Não apenas nesse segmento, mas há também em indústrias de outros nichos uma corrida para o desenvolvimento de novas alternativas de embalagens sustentáveis, com objetivo de substituir materiais feitos com matérias primas mais difíceis de reciclar, como alguns plásticos e derivados de origens fósseis.
Porém, existem alguns desafios nisso. Uma das primeiras barreiras para essa substituição está no benefício de utilizar materiais orgânicos biodegradáveis. Além disso, existe um custo de transporte desses resíduos até a fábrica.
Por fim, uma terceira questão a se observar é o custo da produção dessas embalagens mais sustentáveis, bem como a sua distribuição.
Ao colocar tudo isso na ponta do lápis, tais custos dificultam a substituição em muitos aspectos. Isso porque alguns materiais, como as bandejas de isopor (bastante difíceis de reciclar), possuem um custo bem menor, chegando a ser dez vezes menores.
Nesse sentido, será necessário equilibrar os custos com os valores, de modo a tornar os produtos o mais sustentável possível. Subsídios governamentais podem ajudar. Ainda, o especialista defende que os consumidores devem ter compreensão e flexibilidade para reverter essa equação.
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Os benefícios em aderir à indústria do ecodesign
Conforme Mário, existem muitas ações focadas na economia circular e alguns movimentos específicos em reduzir o impacto ambiental. Alguns exemplos incluem a redução e/ou substituição de materiais na cadeia produtiva ou especificamente na criação de embalagens biodegradáveis, principalmente na indústria alimentícia.
Ainda, é importante ressaltar que existem ações nada interessantes, como o greenwashing. Isto é, ações que se preocupam em parecer sustentáveis, mesmo que não sejam, somente para atrair a atenção dos consumidores. Esse caso é bastante comum, mas não se sustentam no longo prazo, pois as pessoas percebem a fraude.
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A viabilidade (ou não) das embalagens positivas
Em relação às embalagens positivas, que são as que impactam positivamente na cadeia de produção, será que os altos custos inviabilizam a sua implementação na cultura das empresas ou já é possível aderir sem grandes gastos adicionais?
O especialista ressalta que há o problema do alto custo. Contudo, alguns segmentos conseguem absorver essa despesa. Por outro lado, em setores mais competitivos e de produtos essenciais, a adesão se torna mais complexa.
Se não houver um esforço e investimentos pesados para que estes custos baixem, o cenário dificilmente mudará. Nesse sentido, as empresas precisam pensar em uma estratégia escalável para viabilizar projetos de embalagens positivas.
Exemplos de embalagens positivas e inteligentes na atualidade
Em relação às embalagens positivas, existem exemplos no mercado que são fabricados com rejeitos orgânicos. De acordo com a sua composição, são rapidamente biodegradáveis, contribuindo para manter o fluxo natural do ecossistema.
Já sobre as embalagens inteligentes, há exemplos que utilizam QR code para rastrear e monitorar as embalagens. Tal alternativa é um avanço para checar a origem, autenticidade, idoneidade e validade dos produtos.
Assim, em poucos segundos, é possível verificar o local da produção, as condições de fabricação, matérias primas utilizadas e outras informações importantes que assegurem a qualidade e a veracidade.
Nesse aspecto, a tecnologia se tornou um apoio fundamental para que o consumidor final tenha acesso à informação sobre os produtos que consome.
Por que a sua empresa precisa saber disso?
As indústrias e distribuidoras de alimentos precisam buscar meios de reduzir o impacto de suas produções no meio ambiente. Logo, se atualizar em relação à produção e utilização de embalagens é fundamental para buscar alternativas mais sustentáveis e biodegradáveis.
Desse modo, a sua indústria se alinha cada vez mais com o que a população acredita ser o melhor para o meio ambiente.
Gostou dessa notícia? Confira agora o que as indústrias de alimentos e de doces podem esperar da Páscoa de 2025!