Tecnologia e inovação para transformar o setor de Alimentos e Bebidas

O setor de Alimentos e Bebidas, bem como toda a cadeia de produção, vem enfrentando desafios de ordem climática, econômica e social. 

Nesse estágio da economia global, a tendência é que esses desafios cresçam e se tornem mais frequentes. A tecnologia pode ser aliada na construção de um futuro melhor para o setor, as empresas desse segmento e principalmente, para a população.

Principais tópicos deste artigo

  • O sistema de produção de alimentos global enfrenta desafios por conta das mudanças climáticas, geopolítica e aumento de custos;
  • Cerca de 40% das terras cultiváveis estão degradadas e 2 bilhões de pessoas enfrentam a desnutrição enquanto 33% da comida produzida para consumo humanos é desperdiçada ou perdida, aumentando o desafio global de garantir segurança alimentar;
  • Nessa busca por uma ação urgente, soluções inovadoras podem contribuir para um cenário melhor.

Acompanhe a leitura para entender melhor sobre os benefícios da tecnologia para reduzir o impacto ambiental e geopolítico e veja como a sua empresa também deve colaborar para garantir um futuro melhor para as próximas gerações.

Confrontando os desafios do setor de alimentos

A segurança alimentar é um desafio crítico. Inclusive, o Banco Mundial o incluiu como um dos oito maiores desafios globais para os países. Problemas climáticos, instabilidade econômica e geopolítica tem impacto significante na cadeia de produção e fornecimento de alimentos. 

Atualmente, o cenário não é um dos melhores, pois:

  • Cerca de 40% das terras cultiváveis estão degradadas e 33% da produção de alimentos para o consumo humano é perdido ou desperdiçado, aumentando o desafio global de garantir segurança alimentar em uma escala global;
  • Enquanto isso, há um aumento de um terço da emissão de gases que provocam o efeito estufa, 80% de desflorestamento e mais de 70% do consumo de água é usado na produção de alimentos;
  • 2 bilhões de pessoas sofrem com desnutrição, 735 milhões de pessoas enfrentam a fome e 49 milhões estão no risco de ficarem famintas.

Diante dessa realidade, é essencial encontrar uma maneira de produzir e consumir alimentos que sejam mais conscientes. Felizmente, com a criação de novos modelos colaborativos e investimentos em tecnologia, essas inovações podem tornar o sistema de produção de alimentos um dos mais sustentáveis para o clima, trazendo melhorias no uso da água e tornando o sistema mais nutritivo.

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A iniciativa global na inovação de alimentos

inovação na produção de alimentos

O Fórum Econômico Mundial tem trabalhado com diversos stakeholders para desenvolver o Food Innovation Hubs Global Initiative. Essa iniciativa tem como princípio utilizar a tecnologia para oferecer caminhos para criar soluções que tornem o sistema de produção de alimentos mais sustentável, resiliente e principalmente, nutritivo. 

Porém, fortalecer os ecossistemas inovadores é fundamental para realmente acelerar o ritmo do uso das tecnologias nos sistemas de produção. Esses ecossistemas precisam oferecer novos modelos colaborativos, insights e oportunidade de investimentos que podem oferecer suporte para adotar tecnologias para esses propósitos. 

A iniciativa é parte das ideias do Fórum Econômico Mundial rumo à transformação dos sistemas globais de água e produção de alimentos. Desde 2021, seis iniciativas estão em desenvolvimento em todo o mundo, conectadas por uma rede global de inovadores. Confira abaixo quais são eles!

Europa 

O primeiro centro regional foi construído conforme o aprendizado com os sistemas de produção de alimentos da Holanda. O seu objetivo é acelerar soluções na área de saúde e nutrição. 

Desse modo, está criando um portfólio inovador e regenerativo para guiar a agricultura sustentável na Europa. 

Índia

O Centro indiano tem como objetivo escalar inovações tecnológicas na agricultura, com objetivo de aprimorar a produção agrícola e desenvolver esse mercado. A ação é feita em colaboração com o State of Madhya Pradesh. 

O trabalho inclui testar ferramentas digitais usadas por mais de 1900 agricultores e fazendeiros em 5 marketplaces, onde 30 estações ajudam a promover cortes na emissão de carbono, cobrindo cerca de 2000 hectares de terra cultivável e digitalizando 50 produtoras agrícolas. 

Com o Centro da Quarta Revolução Industrial, outros estados indianos, como o Telangana e o Uttar Pradesh também aderiram ao projeto. 

Colômbia 

O Hub colombiano opera como uma instituição de iniciativa público-privada para oferecer tecnologia para centros de agricultura regenerativa de excelência, em suporte ao desenvolvimento rural. 

O primeiro centro de excelência foi lançado em maio de 2024, com foco na produção de batata e cevada em mais de 3000 mil fazendas. 

Kênia

O centro do Kênia foi feito com foco em construir dados e um ecossistema digital para beneficiar a cadeia produtiva da agricultura. Até agora, dados sobre agricultura estão sendo construídos com o uso de 2 cases com foco na medição da saúde do solo e revisão de colheita. 

Vietnã

O projeto foi encabeçado pelo primeiro-ministro vietnamita em dezembro de 2023. O centro de inovações do Vietnã objetiva criar um sistema de produção de alimentos sustentável por meio do uso de tecnologias digitais. 

Por exemplo, estão conseguindo reduzir a emissão de gases de um milhão de hectares de produção de arroz integrando tecnologia na produção e na cadeia de suprimentos. 

UAE

Lançado na Conferência da ONU sobre mudança do clima de 2023 (COP 28), o hub da UAE tem como foco se tornar um centro de inovação para a produção de alimentos em áreas de clima árido.

Tem como um dos pilares, a aceleração da criação de sistemas de produção nesses locais, deslocando os desafios das cadeias de suprimentos e integrando alternativas sustentáveis nas dietas das pessoas.

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Rede de inovações no setor de alimentos é uma realidade

Além da mobilização e criação de parcerias e a adoção de ecossistemas inovadores por diversos países, o foco também é construir insights sobre os avanços nas inovações para esse setor. Ainda, é um dos objetivos o compartilhamento de conhecimento e o fortalecimento do empreendedorismo no segmento. 

Isso é alcançado graças ao Food Innovators Network (FIN), que traz as inovações para os sistemas de produção de alimentos e a comunidade, incluindo empreendedores, investidores, empresas do setor privado, especialistas, governos, especialistas em tecnologia, organizações agrícolas e referências no assunto. 

Essa rede de contato tem como foco diminuir as fronteiras globais em relação às inovações, com o objetivo de reduzir a insegurança alimentar e assegurar alimentos de qualidade para todos. 

Duas iniciativas estão em andamento. Veja quais são elas abaixo.

Aceleração de novas proteínas

O objetivo é dar suporte à criação e produção de novas proteínas, de acordo com as demandas e necessidades dos consumidores. Essa área busca investir em inovação em proteína por meio dos conhecimentos compartilhados mundialmente sobre o assunto.

Tecnologias para a saúde do solo

O objetivo é fechar lacunas e destacar tecnologias inteligentes por meio do compartilhamento de conhecimento sobre o tema. A ideia é explorar oportunidades de colaboração para ganhar escala na África. 

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Por que indústrias e distribuidoras de Alimentos e Bebidas precisam saber disso

Conhecer essas inovações e ideias mundo afora, principalmente de organizações não governamentais, como Nações Unidas (ONU) e Fórum Econômico Mundial, pode ajudar as indústrias e distribuidoras de Alimentos e Bebidas a entender os desafios do setor e compreender como podem contribuir para mudar o cenário. 

Além disso, podem conhecer soluções que outros países e companhias de outras regiões estão implementando para melhorar processos e torná-los mais sustentáveis, visto que é latente a  necessidade de mudanças em relação a isso. 

Essa notícia é do Fórum Econômico Mundial. Gostou de saber sobre esse tema? Confira agora as inovações no setor de Alimentos e Bebidas que o Relatório de Inteligência do Sebrae divulgou! 

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